Quarto pequeno, de um lado um grande e novo guarda-roupa que ela comprara depois de tantos anos usando aquele "protótipo" de guarda-roupa que estava caindo aos pedaços. Dessa vez ela fez questão de comprar um maior e mais caro para ver se não quebrava tão fácil quanto o outro. Enorme, preto e branco, contrastava com a visão do quarto velho e triste que era o dela.
Telhado um pouco furado, do outro lado uma janela de madeira grossa desbotada por causa do sol-e-chuva que levava. Cama de madeira, herança de sua infância, desde sempre ela lembrava ter aquela cama, que na verdade era um beliche que quando cresceu ela e o irmão separaram as camas (e os quartos).
Pelo menos tinha cerâmica no chão, mal colocada, sim, é evidente, mas pelo menos o piso não era grosso. Uma parede rosa-goiaba que ela mesma pintou para esconder as infiltrações. Outras três paredes brancas. Um mosqueteiro que fazia parecer que ela estava na África ou na Indonésia, sei lá, esses países cheios de mosquitos. Mas esse era um hábito de infância que ela incorporou, não sabia dormir sem o tal mosqueteiro que já foi rosa, azul e hoje é verde. Muitas vezes empoeirado, piorando a alergia...
Afastou os lençóis e deu um nó no mosqueteiro, ficando pendurado a cima de sua cabeça. Pegou um pedaço de papel, ela nunca gostou de diários... Escreveu algumas palavras, riscou. Ligou o iPod, pulou umas músicas, parou em Alejandro Sanz. Fechou os olhos, respirou fundo. Só conseguiu escrever uma frase: "Por que é tão difícil encarar a realidade se a todo momento tentamos fugir das mentiras que nós mesmos contamos?"
Terminou a música, desligou o aparelhinho branco. Deitou a cabeça no travesseiro, virou de um lado para o outro tentando vasculhar um sonho bom para se sonhar. Lembrou de um, de outro, ah, não valia a pena...
Preferiu sonhar um sonho já sonhado, como dizia a poesia. Começou a lembrar do sonho da outra noite, em que ela dirigia por uma pista longa, muito laranja, com o sol se pondo. Ela consegue adormecer. Antes de cair no sono de vez pensou: "Nada melhor que o sono para afogar as desilusões da realidade".
Adormeceu assim mesmo. Sem sonho sonhado, nem sonho premeditado. Sem heróis para salvá-la, sem príncipes nem castelos. Só dormia ali naquela espelunca que um dia jurou reformar. Ressoava.
Alejandro Sanz - Corazon Partido
Queria mandar um beijão para Aju, que me ligou ontem a noite com a desculpa mais esfarrapada do mundo... hehehehe E para nossa nova amiga, dona do blog SHY LOVE.
Bjs a todos.
2 comentários:
Pronto moça... Ja tirei a poeira la do meu blog! Viu???
E nossa... eu gostava tanto dessa musica!
:)
Beijos!
Prometo que vou aparecer mais vezes rs..
e qual foi a desculpa do Aju ?
Postar um comentário