terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Absence



Já faz tanto tempo que não passo por aqui que acho que nem sei mais escolher as teclas certas para escrever algo com sentido neste blog. Se bem que sentido e lógica nunca foram pré-requisito aqui por essas bandas. Acredito que o maior motivo para minha ausência foi minha tola recusa de vir aqui falar as mesmas coisas. Falar de saudade, e propriamente da tal ausência. Mas antes falar de águas passadas (que pelo jeito nem passaram completamente), que deixar o blog entregue as traças. Pois bem, lá vamos nós. 

Glen Hansard e Marketa Iglova não me permitem esquecer dele. Ok, desculpa esfarrapada, a culpa é toda minha. Qualquer música eu faço lembrar de nós dois, simplesmente a bola da vez agora é The Swell Season. =D Não quero escrever nada bonito hoje. Não tenho nada belo com que falar. Por dentro só tenho falta e cinzas. Não dá pra colorir, é dolorido. 

Por mais que não me afete. Por mais que não chore pelos cantos nem fique fazendo plantão no telefone, isso me consome. Alguém ser o dono das minhas lamúrias e alvo das músicas tristes que tanto gosto, é um saco! Quero estar independente. Livre de qualquer memória ou saudosismo. Me enjoa lembrar dele todo santo dia. Não a lembrança dele em si, mas ter que ser ele, ele, ele, todo dia. É chato, enjoado e monótono. Que eu vivo sem ele eu já percebi. Que continuo respirando, sorrindo e quem sabe até amando, eu sei que consigo! Mas o que chateia é a lembrança. Todo santo dia lembrar. Do quê, né? Nem tem muito o que lembrar, mas o que tem se estica, se propaga, cresce e me sufoca. Fico até sem ar só em pensar. 

Acho que essa é mesmo a melhor palavra. Ele me SUFOCA. Longe, perto, ele me oprime e me sufoca em toda sua presença ou por sua completa ausência. Como alguém consegue preencher o vácuo com sua presença e também sua ausência, alguém me explique! Talvez ele esteja aqui mesmo quando está longe. Vai saber. 

Daí qualquer boca, qualquer mecha de cabelo, qualquer micro expessão perdida no rosto de alguém, me faz lembrar ele. Talvez eu já esteja me lembrando de uma memória, não mais dele. Acho que o que me restou foram lembranças de memórias, como fotocópias quase apagadas. Eu preencho as lacunas com imaginação e tenho só pra mim, e para a posteriadade, alguém que eu inventei. Preenchi as deficiências, ausências, indiferenças e flori tudo para que durasse até que a morte me separe de mim. 

Ah, que besteira. Ser sua própria capataz! Quem diria, senhora segura de si e de seus sentimentos. E quem disse mesmo que o controle é só uma ilusão? Foi o Harlan Coben mesmo ou ele só repetiu um senso comum? Whatever, é pura verdade. No final, nunca controlei nada, só me enganei pensando que era alguém que mantia as rédeas dos próprios sentimentos. Ao mesmo tempo que levava cabeçadas e topadas homéricas! Me deixava levar por qualquer sorriso mal intensionado e qualquer olhar de desprezo. Grande! Consegui me sabotar mais vezes do que seria humanamente possível. Qualquer um teria de viver mais umas três vidas para conseguir copiar minhas audácias. Amar quem não deveria e entender tudo errado, sempre! E ainda pior! Insistir, insistir, insistir... 

Quantas vezes prometi apagar o número do telefone? O e-mail? Nem lembro mais! Se bem que uma vez até o fiz. Mas o destino se encarregou de reaver os números e os e-mails. E as fotos? Jesus, eu tenho problemas! Já ouvi falar de psicopatas muito mais ajuizados!!! Ainda reuno forças para deletar aquelas fotos como até já fiz uma vez, mas uma força maior me desencoraja. Da vez que apaguei, o destino mais uma vez se encarregou de trazer outras novas e mais "matadoras" ainda. Talvez isso é tudo medo de esquecê-lo por completo. Como se isso fosse possível, né? Olho a pasta de fotos ali, meio aberta projetanto uma mínima visualização das imagens que estão lá dentro, talvez um pescoço, uma canela, barba... Nossa, quem sabe outro dia eu apago. Tenho vergonha, sabia? Se um dia ele descobre que guardo fotos, ele teria ainda mais medo de mim do que já tem hoje. Ah, sim, o medo dele. Esqueci de falar, mas eu sou intimidadora e louca. Sou louca, descontrolada, quase uma psicótica comprovada. 

#Mentira, né? Isso só é algo que tento acreditar para que se explique tanta recusa e medo sem sentido do idiota em questão. Pois sim, não acho que ele seja um príncipe encantando. Muito menos a última coca-cola do deserto. Na verdade tenho plena certeza que existem pessoas infinitamente melhores e mais promissoras do que ele. Acredito até que um dia acharei uma dessas pessoas e viverei feliz para todo os sempre. O que me assusta é mesmo assim, tê-lo ali, sempre a espreita. Com um sorriso cínico no rosto como quem diz "nunca vai deixar de pensar em mim, né? bobinha!". Como se ele fosse tudo isso, mesmo. Como se tivesse sido assim tão maravilhoso para não sair mais da vida de alguém...  E nem é.

Enfim. Por hoje é só. Tão infantil esse post parecendo "My dear diary". Mas bem, tô mais leve umas 12 gramas depois disso. -MENTIRA. Mais pesada, talvez.

A.A.

Nenhum comentário: