Recebi esse texto por e-mail e fiquei pensando na raridade de se encontrar um amor desses hoje em dia. Segundo o e-mail, esse é um trecho de uma carta escrita por Lucy Hutchinson a seus filhos em honra à memória de seu marido, John Hutchinson (1615-1664), comandante militar puritano durante a guerra civil inglesa.
No que diz respeito à afeição conjugal por sua esposa, isso era tão notório em sua vida que qualquer pessoa poderia tomá-lo como um exemplo de honra, bondade e religiosidade a ser praticada no matrimônio, sem que haja a necessidade de mais nada fazer, senão apenas seguir o seu exemplo. Jamais se viu um homem que possuísse maior paixão por uma mulher, nem tão honrosa consideração por sua esposa, embora não se sujeitasse a ela, nem aviltasse este santo preceito, o qual ela sentia-se honrada em obedecer. No entanto, ele tomava as rédeas de seu governo com tamanha prudência e afeição, que a mulher que não se deleitasse nessa sujeição, de tal forma honrosa e vantajosa, deveria ansiar possuir sanidade mental.
Ele governava por meio da persuasão, que ele jamais empregara senão naquilo que fosse honroso e proveitoso para ela, pois ele amava a alma e a honra de sua esposa muito mais do que a aparência dela, embora tivesse prazer constante em sua pessoa, de modo que excedia às paixões transitórias próprias da maioria daqueles tolos que são dominados por suas esposas. E se ele a estimava num grau tão elevado que ela, por si só, não poderia merecer, era porque ele era o autor dessa virtude de amor desmedido, ao passo que ela apenas refletia as próprias glórias dele sobre ele.
Tudo o que ela era, ele o foi enquanto aqui estivera, e tudo o que ela é de melhor, agora nada mais é senão uma sombra pálida daquilo que ele era. Ele era excessivamente benévolo para com ela e tinha um temperamento tão generoso que odiava até mesmo a idéia de terem seu dinheiro separado. Vivia à disposição dela e nunca pediu contas de nada que ela houvesse gastado. Era tão constante em seu amor por ela que, quando ela deixou de ser jovem e encantadora, afeição ainda maior passou a demonstrar por ela. Ele a amanva com tamanha bondade e generosidade que não haveria palavras para expressar tal nível de amor. E embora esse fosse o amor mais elevado que ele ou qualquer outro homem pudesse sentir por uma mulher, esse amor era limitado por um amor superior.
Ele a amava no Senhor, como a uma criatura semelhante a si mesmo e não como a um ídolo. No entanto, na maneira de expressar essa afeição, a qual era limitada pelas regras justas do dever, ele excedia, de todas as formas, todas as paixões exageradas desse mundo. Ele amava a Deus acima de sua esposa, e todos os demais preciosos compromissos de seu coração estavam alegremente submissos a Ele, sob o seu comando, para a sua glória.
Haykin, M. 2009. The Christian Lover. Publicado pela Ed. Fiel com o título Palavras de Amor, 2011.
2 comentários:
ótimo texto, que bom que voltou!
Estou voltando aos poucos, me acertando com o tempo.
Vou te linkar por lá ;)
beijão
Que lindo Dreycka, esse sim é um amor de verdade, AMANDO DEUS SOBRE TODAS AS COISAS.
Adorei o novo Lay.
Xêro!!!
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