"Desejo" - Victor Hugo - Citado pelo meu professor paraninfo na minha colação de grau.
E assim passaram-se alguns dias sem nenhuma atualização aqui no blog. Sei que não existe desculpa ou explicação convincente, mas me conterei em dizer apenas que estive bem ocupada. Mente ocupada, coração ocupado... Busy, very busy.
Me formei! Sou uma bacharel em administração. Tá, mas e agora? Onde é que eu levo o meu diploma e meu anel de formatura para conseguir um emprego o qual eu não faça nada e ganhe muito? A quem eu mostro minha láurea acadêmica para então conseguir aquela estabilidade, o carro do ano e as roupas mais caras da vitrine? Me mostrem quem!
Não? Não é assim que funciona? Mas papai disse que eu precisava fazer uma faculdade para ter um emprego decente, eu fiz. Cadê meu emprego? Vou ao Procon! Isso é um absurdo! Propaganda enganosa. Quatro anos me torcendo, contorcendo, suando... sem domir, sem lazer, sem vida social... pra nada? Exijo meus direitos!
Em um país em que se fazem mais faculdades de administração do que pãozinho francês, me sinto usada e abusada pelo “sistema”. Piadas a parte, me entristeço a beça, em ver que até para servir o cafezinho, hoje estão exigindo universitários. E se for do curso de administração, é ainda melhor. Como se administrador fosse aquele “bom-bril” de mil e uma utilidades. De tapa buraco a quebra-galho. Isso é desestimulante. Very much.
Mas o que mais me falaram essa semana, foi aquela velha história circular. “Termina-se um ciclo, começa-se outro.” Pura carochinha, se a vida acadêmica se resume em uma figura geométrica, posso assegurar que não é simples como um círculo, mas algo bem mais complexo, como um polígono de mil lados... Termina-se a faculdade sabendo que você não acabou nada. Você só está começando. Você não é diferencial nenhum. E não me venham com dados estatísticos que dizem que “poucos por cento” dos brasileiros é que têm ensino superior. A realidade é bem outra. Todo mundo é “universitário”. Do tiozinho da quitanda, à garota de programa da esquina. Todo mundo é “nível universitário”. Certo é que, um por cento desses aí chegam a se formar. Tanto é que no meu caso, só nos formamos eu e um amigo - a grande sala de dois alunos, auto-entitulada de “os sobreviventes”. Certo, mas e daí?
Se todo mundo sabe que a realidade é muito mais cinza e podre. Pense comigo: Mentalize seu chefe. O chefe da sua amiga, seu ex-chefe ou até o chefe do seu pai. Ele é um homem (sentido genérico) bem sucedido, não? Carro importado? Charuto na boca? Ok, esqueçam o charuto. Mas bem que eles têm uma pinta à la “poderoso chefão”, não é mesmo? Agora puxem a ficha corrida destes! Poucos são os que cursaram faculdades. Alguns até falam errado e escrevem pior! Mas são velhos no mercado, tem tudo o que quiserem, eles ditam a moda! Um pouco frustrante para você, caro recém-formado. Mas é digno de passagem o fato de que chefe sem formação acadêmica é bem broxante, não é mesmo? Ver grandes empresários, senhores feudais de primeira classe sem formação acadêmica mas com dinheiro no bolso... ai, ai, ai, meus quatro anos de ralação...
Mas não se desesperem! Ser bacharel é ótimo! É lindo! O anel é um charme!
AUTORA: Aldrêycka Albuquerque
:P "Tô nem aí: MODE ON"
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