quarta-feira, 30 de março de 2011

[RESENHA] Orgulho e Preconceito - Jane Austen



Este é um daqueles clássicos que TODA MULHER DEVE LER. Quem quiser, até chame de livro de ‘mulherzinha’, por que de fato, é bem provável que só uma mulher seja sensível ao ponto de entender todos os valores desta obra. É um romance lindo, e bem diferente dos demais. Também é antigo, foi escrito em 1813, há quase 200 anos atrás; mas traz uma história leve, e com personagens de personalidade e gênio até bastante comuns nos dias de hoje. Pessoas inseguras, umas sábias, outras intransigentes, umas preconceituosas, outras orgulhosas, outras fúteis, outras cândidas... Essa pluralidade faz de “Orgulho e Preconceito” um livro delicioso. 


Quando li essa obra, eu já tinha assistido (por diversas vezes) o filme mais recente baseado nela, com o mesmo título e estrelado pela vivaz Keira Knighltey. Eu geralmente recomendo a todos que leiam primeiro o livro, para só depois assistir o filme. Mas neste caso, eu admito que foi uma experiência maravilhosa ter lido o livro após assistir o filme. Me fez ter mais comprometimento com os personagens e com a história. E de forma alguma, já saber do enredo me impediu de torcer, sofrer e me divertir com os personagens. Na verdade, foi extremamente prazeroso, pois o livro trouxe detalhes e intensidades que o filme não conseguiu exprimir. Foi uma leitura na qual eu já tinha estima pelos personagens, e foi gratificante saber mais sobre a personalidade e até o destino que teve cada um deles.

Elizabeth Bennet
Vou aqui me atrever a dizer que, em comparação com Persuasão [da mesma autora], Orgulho e Preconceito [Pride and Prejudice título da obra original] conseguiu ser ainda melhor. Mesmo achando que pra mim, depois dos dois livros lidos, Jane Austen é a melhor escritora da época, creio que minha preferência por Orgulho e Preconceito tem um quê de identificação própria. Seria muita presunção aqui me comparar com Elizabeth Bennet, mas quem nunca se identificou com um personagem, não é mesmo? Ao contrário da introspectiva e subserviente Anne Elliot [Persuasão], a Elizabeth tem um temperamento e personalidade muito parecidos com os meus – inclusive seus ‘pré-conceitos’ e precipitações. Esse detalhe é que me faz definitivamente, classificar este livro superior ao outro – todavia ambos são extremamente recomendados por mim. 


Mr. Darcy
Quanto ao enredo, acredito que o sucesso desse livro se dê por que ele não é igual aos outros romances de época. Não existe de um lado uma donzela suspirando doçura e contentamento, e do outro um cavalheiro gentil e simpático. Na verdade é a história de duas pessoas que se odeiam cada um à sua moda. O amor não cai de pára-quedas sem razão aparente, mas é construído gradualmente, muitas vezes inconsciente e até incontrolavelmente pelos personagens. O próprio Mr. Darcy responde o seguinte, ao ser questionado sobre em que momento ele descobriu que amava Elizabeth: “Não sei determinar a hora, o lugar ou o olhar, ou as palavras que lançaram os fundamentos. Faz muito tempo. Já estava no meio quando percebi que tinha começado.”
Irmãs Bennet (da esquerda para direita): Lydia, Kitty, Elizabeth, Jane e Mary

Então, por ser um romance com um enredo diferente dos clichês, uma obra com personagens ‘reais’ – com defeitos e virtudes, eu considero Orgulho e Preconceito minha melhor leitura do ano. Fico até com medo de ler os outros livros da Jane Austen e ficar frustrada. Tenho medo de ler A Abadia de Northanger e Razão e Sensibilidade, e descobrir que estes não têm o grau de qualidade que os outros têm. Mas eu vou lê-los mesmo assim. Vai que descubro mais duas leituras geniais. Vale a pena tentar.

Elizabeth e Mr. Darcy


Aldrêycka Albuquerque



# Fotos do filme "Orgulho e Preconceito".

quinta-feira, 24 de março de 2011

O Orgulho



"O orgulho é um defeito muito comum, creio eu. Depois de tudo o que li, estou deveras convencida de que é comum, que a natureza humana manifesta tendência bastante acentuada para o orgulho, e que são raros aqueles entre nós que não nutrem um sentimento de condescendência própria baseado em uma ou outra qualidade, real ou imaginária. Vaidade e orgulho são coisas difentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Pode-se sentir orgulho sem ser vaidoso. O orgulho diz respeito mais à opinião que temos de nós próprios, enquanto, a vaidade, ao que pretendemos que os outros pensem de nós." 

Orgulho e Preconceito - Jane Austen

sábado, 19 de março de 2011

:: supere




É triste você saber que não passa de um saco de merda aos pés de um muro de concreto frio. E por mais que você se esforce para ser boa o suficiente, para o muro você nunca deixará de estar ali embaixo – aos pés dele, e para o mundo você sempre será e federá a merda. Então você precisa tomar coragem e tacar o saco de merda no ventilador e fazer o muro também feder junto com você. Pois foi ele que te pôs ali, foi ele que te subjugou, te seduziu até aquela vala, e te transformou nesta bosta que hoje você é para ele. Então tome seu direito de odiá-lo, tome coragem para afetá-lo, seja enfim mulher para atingi-lo. Deixe de guardar mágoas e ponha tudo pra fora. Com um murro, ou uma cuspida na cara dura deste muro que te olha de cima. Por mais alto e intransponível que ele seja, atravesse-o. Abra um buraco. Arrebente tudo à marreta. Mas supere. Supere a soberba, o ego e a maldade deste muro que te fez ficar na sarjeta; nas margens e na periferia da atenção dele. Abaixo de qualquer possibilidade de ser alguém; ou de simplesmente ser você. Supere e seja alguém melhor.

Aldrêycka Albuquerque 


segunda-feira, 14 de março de 2011

Fel


""  Por mais profundo que seja o conhecimento mútuo ou identidade entre as partes interessadas antes do enlace, em nada contribui para a felicidade. Há sempre, depois, uma disparidade de feitios suficiente para lhes assegurar a cada um sua dose de amargura; e, sendo ssim, quanto menos se conhecerem os defeitos daquele com quem se vai passar o resto da vida, tanto melhor será."
Orgulho e Preconceito - Jane Austen

quinta-feira, 10 de março de 2011

Só o que o amor pede é tempo.


"Nunca houve dois corações mais abertos,
Nem gostos mais semelhantes,
Ou Sentimentos mais em sintonia."
PERSUASÃO - Jane Austen




Quem lembra desses posts:

Vai amar o filme baseado no livro PERSUASÃO, da Jane Austen. O filme está disponível em 10 partes no Youtube (incorporado neste post). Vale muito a pena.

AWKWARD



Fuçando minha caixa de e-mails, encontrei esse aqui. Enviei pruma amiga no Valentine's Day, dia 14/02/11. Como eu não tenho nada pra falar, vou transcrevê-lo aqui, mas com alguns ajustes para preservar a identidade de algum animal irracional que supostamente é citado na história. Qualquer semelhança com a vida real, é pura coincidência. Essa história é fantasiosa, e de nada tem a ver com a realidade.

Hoje é o Valentine's Day. Dia dos namorados americano. E eu aqui...

Nem tive recaídas nem nenhuma outra fraqueza desde que ele sumiu desta última vez. E olha que um dia desses aí ele reapareceu! Como se nada tivesse acontecido, veio com a velha conversa de quem não quer nada - e eu, como se também não quisesse, emendei com conversas que nem aconteceram, palavras vazias, mentirinhas latentes e frieza [vulcânica] totalmente fake. Pois bem, até me saí bem. Ele veio e foi, e eu nem morri por dentro [não dessa vez].
Mas aí tem dias como esses. Assiti "O AMOR E OUTRAS DROGAS", escutei Jorge Vercillo, e me bateu aquele vazio conhecido. É um vazio quase parecido àquela vontade de comer sobremesa depois que você almoça um banquete, sabe? Você sabe que não deve, sabe que não pode, sabe que não consegue... Mas deseja, deseja, come  a tal sobremesa e então se sente mal. É triste.
Mas sabe? Acho que nem é ausência dele [pelo menos não por completo] que me afeta. Talvez não a necessidade de ter ele pra mim, mas talvez apenas a falta daquele sorriso, o som daquela gargalhada - nada mais.  Como se só isso já não fosse suficientemente dolorido. Provavelmente é só aquela nossa necessidade de ver preenchido aquele lugarzinho que a gente deixa reservado para amores avassaladores. Lugar que poderia ser preenchido não por um ser estúpido e com síndrome de Deus, mas alguém que fosse ao menos interessante. Mas esse demora pra chegar...
E é um idiota aquele que disse que o amor chega quando a gente menos espera. Já esperei e ele não veio. Deixei de esperar ele também não veio. Já me desesperei, já me destraí, já me iludi com pessoinhas que não valiam 50 centavos, enquanto o tal amor não chegava; Já mofei esperando sozinha, firme e forte. E nada.
Então, pra mim, e para aquelas que como eu, nesse dia [e no dia 12/06] fica nostálgica, desgostosa com a vida e sem muito o que esperar pro dia de amanhã, minhas congratulações - ano que vem tem mais datas românticas para nos entristercermos juntas. Romantismo é um saco mesmo.
E tenho dito.

Aldrêycka Albuquerque

"You shouldn't be here. I feel awkward, and good to be near you [...] Time may stall, and I may be late. I want it now, but I guess I can wait... [...] I hear you coming over for food... Feed my appetite with a mouthful of you..." DAMIEN RICE