sexta-feira, 11 de maio de 2012

"I thought it was just me. But it's not."



O título do post de hoje é o título de um livro muito conhecido da autora Brené Brown. Esta também é autora do livro que acabei de ler A ARTE DA IMPERFEIÇÃO. Não vim aqui falar de nenhum dos livros, mesmo este último sendo sensacional, mas é que o título do primeiro tem tudo a ver com o que eu quero falar aqui.

"Eu pensei que era só eu. Mas não é." Eu pensei que só eu que me machucava. Que só eu roia por tempo demais. Que era só eu que sentia sentimentos tão misturados que era até difícil entender o que eu estava sentindo. Pensei que era só eu que insistia em barcos furados. Pensei que só eu fantasiava, sonhava e criava platonismos demais. Eu pensei que era só eu. Mas não é.

Tenho recebido alguns contatos (via o msn do lado direito do blog ou pelo chat do Facebook) sobre leitores que se impressionam 'como eu consigo descrever o que eles estão sentindo'. Como é que neste tempo todo esses leitores não conseguiam descrever o que sentem ou sentiram em algum momento da vida deles, e agora eu chego com meus textos e os descrevo minuciosamente bem. É, e eu pensando que era só eu que me sentia assim. Outros chegam a elogiar, como eu sou corajosa em escrever TUDO, absolutamente TUDO o que sinto. Sem ter medo de parecer frágil, infantil, ridícula, louca... Mas o que me resta senão escrever? É minha única saída, leitores. Cada um tem sua válvula de escape na vida. A minha é escrever. Escrever e cantar a plenos pulmões. :-)

E eu aqui, pensando que nunca ninguém sentiu o que eu sinto. Que minha dor é maior, que dói mais, que minha ferida é mais profunda... Isso é egoísmo, egocentrismo. A minha dor não é maior que a sua, nem maior que a do leitor que falou comigo pelo facebook. A minha dor não é maior, só é minha. E isso muda toda a dinâmica do jogo. Quando saímos da caixa e olhamos a big picture, percebemos que não temos que reinvindicar nada. Muito menos o troféu de maior sofredora da blogosfera. Não foi comigo que os corações começaram a se despedaçar. Acho que até Eva e Adão devem ter passado por isso. Ou você não acha que aquela maçã afetou a relação dos dois? (risos). Todo mundo sofre por amor. Todo mundo tem o coração trucidado, moído. Isso não te faz melhor do que ninguém. Não te faz maior do que ninguém também. Isso só te faz mais uma.

Mas sabe o que te faz maior e melhor? A saída, o escape que você encontra pra remendar seu coração em todas as vezes que ele é quebrado. Lamúrias não consertam as coisas. Textos enormes em blogs que ninguém lê, também não. O que faz você maior é o plano que você tem pra mudar o quadro. É por em ação esse plano e acreditar que por mais que ainda doa, isso vai passar. É aceitar que se você o encontrar na rua, ainda vai sentir as pernas dormentes, que talvez até abaixe a cabeça com vergonha do que ainda sente, depois de tanto tempo. Mas logo depois vai se reerguer e entender que isso é normal. Que as dormências e as borboletas no estômago levem o tempo que precisarem para abandonar esse meu coração, mas já estou pondo em prática meu plano pra sair desta ilha em que me coloquei.

"Quem falou que seria fácil?" Desde que me entendo por gente, venho me fazendo essa pergunta. Segundo o livro A ARTE DA IMPERFEIÇÃO da Brené Brown (tá, acabei falando dele) isso está errado. As vezes coisas boas acontecem facilmente, não existe essa de tudo que é bom só acontece com sofrimento. Mas não sei, isso nunca aconteceu comigo. Tudo na minha vida foi difícil. E foi assim pensando que eu tardei a fazer meu "plano de escape". Pensando que "as coisas são difíceis mesmo" eu insisti. Insisti até as juntas dos ossos doerem. E só percebi que precisava de um plano de fuga, tarde demais. Quase cinco anos depois já tenho a certeza que preciso escapar de Alcatraz. Já fiz alguns planos, nem todos deram certo. Posso até garantir a vocês que por mais que o plano seja bom, alguns dias você vai acordar pensando nele, sonhando que tudo aquilo que vocês passaram magicamente se apagou e que agora vocês poderão recomeçar. Mas quando isso ocorrer, não é o fim. É só a ferida coçando, fase necessária para a cicatrização. Você só respira fundo, e segue em frente.

A Brené Brown é psicóloga especialista em vergonha. E não tenho tempo aqui para explicar, mas acredite, a vergonha reside dentro de cada um de nós, e a definição que temos dessa palavra é deveras simplória. Mas o que eu quero dizer é que todo esse nosso esforço de engolir sentimentos e sufocar palavras, não passa de vergonha. Que a cara séria e o jeito sóbrio que encobre um coração vacilante é derivado da vergonha. O querer consertar tudo, consertar a vida, consertar os outros e esquecer de ser você mesmo, não passa de vergonha. Uns tem vergonha de roer a dor por tempo demais. Outros tem vergonha de demonstrar que superou a dor rápido demais. Seja qual for sua vergonha, a Brené diz algo sensacional: O remédio pra vergonha é clareza. É a luz. Ao invés de escondê-la, o que todos nós costumamos fazer, precisamos falar sobre a vergonha. Para isso escolha alguém confiável. Um amigo próximo, um parente, um blog... :-) Escolha e vá lá, fale tudo o que sente. Se não sabe exatamente o que está sentindo, não tem problema, começe falando que depois de um minuto teus sentimentos se tornarão palavras. Mas se abra. Verbalize a vergonha. Verbalizar vai te ajudar a perceber que ela não é tão grande assim, e que principalmente: que ela pode ser vencida.

Para terminar vou deixar com vocês a recomendação do livro da Brené, A ARTE DA IMPERFEIÇÃO. E dizer que fiz vários planos sim, já verbalizei minha vergonha, mas que ainda não achei a saída da ilha prisional Alcatraz em que tenho vivido. Mas isso não me faz menor, maior, pior ou melhor do que ninguém. Só me faz ser eu. Continuo fazendo novos planos, mas também continuo acordando com o cheiro dele no meu travesseiro. E assim eu sigo em frente. Espero que vocês também.

"Love is the answer to a question that I have forgotten, and I know I've been asked. So the answer's got to be Love."  
Regina Spektor

Abraços!



Aldrêycka Albuquerque


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Numb



I have nothing to say. I already said everything that could be possible and even more . But everytime I get closer, I feel every cell of my body get numb. And your face, your face so sweet and grave. How could I forget your deepness in those eyes? How do I supposed to forget you, if the moon still brings you back to me? Your absence fulfill me, your presence kills me softly.

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