Ela olhara mais uma porção de vezes a cor do céu naquele dia para poder descrevê-la tom por tom, em seu caderninho de emoções meteorológicas. Hoje, no entanto, ela ficou em dúvida: estaria o céu ensopado de anil e sufocado de algodão, ou um mar de espuma branca com um azul borrado esporádico? Ela demorou longos minutos nesse dilema. Resolveu por anotar a primeira opção. Era a mais realista, uma vez que algodão era o que mais parecia com aquelas nuvens abstratas cor de brilhante. Fechou o caderninho e se debruçou nele olhando para a cidade embaixo do seu céu. Brilho, cinza e poeira, pensou ela. E o barulho, como pudera se esquecer! Muito barulho vinha daquela tela pitoresca feita pela globalização. Seu céu olhava fixamente para a pintura em baixo de si. Ela voltou os olhos para o céu. Ele era mais brilhante, mais colorido e muito mais silencioso. Ela continuou a descrever tudo o que via.
:) Estou meio ausente, admito!