terça-feira, 29 de junho de 2010

Para você que está na fossa


O que leva um ser humano a se achar no direito de julgar e até magoar as pessoas? Como se a elas não se devesse nem respeito, quanto menos amizade, coleguismo...

Dane-se se você não gosta de meu estilo de vida. Ele não te interfere em nada, pelo menos não mais. Prezo pelos meus princípios e pauto minha vida da forma que julgo ser a correta, e isso não te diz respeito.

Eu talvez tenha nascido com o ‘grave problema’ de escrever melhor que falar, mas isso não muda quem eu sou nem afeta tua vida, por que se importar? Eu amo as palavras, acho lindo como elas ficam estampadas no branco da tela. Gosto das formas que elas tomam no imaginário das pessoas, da forma que são diferentemente interpretadas. Não as uso para me esconder, pelo contrário, elas me ajudam a despontar, me ajudam a me expressar.

Mas você se acha no direito de me julgar. Logo eu, a pessoa que um dia jurou nunca te julgar por ser o perdedor que você tinha escolhido ser. A pessoa que mais relevou o teu jeito descompromissado com a vida, a pessoa quem te fez as mais sinceras declarações e que nunca te julgou por quem você se mostrava. Você se sente no direito de agora me julgar. Vamos lá então!

Me julgue por ser boa demais pra você. Me julgue por não ter vícios, por não ter pecados domésticos, me julgue por ser temente a Deus. Me julgue pelas músicas profundas que escuto, me julgue pelo álcool que eu não ingiro, nem fumaças que não engulo. Me julgue pelos filmes que assisto, me julgue pelo que e para quem eu oro. Me julgue pelo que escrevo, e com os relevos que dou às palavras, me julgue pela caneta e papel que uso. Me julgue por quem eu fui, quem sou e quem me tornarei: sempre alguém bem melhor que você.

Você tem toda a liberdade para fazer o que bem entende da sua vida, inclusive me julgar. Mas não seja fracote quando o julgo divino vier pesado para cima de você, uma vez que recebemos em dobro tudo o que fazemos. Mas como você já está na merda, fica difícil para mim imaginar onde mais baixo você conseguiria ser submetido por conseqüência, quiçá castigo.

Aldrêycka Albuquerque

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Palavras ao vento



Sabe-se lá o teor de nostalgia que carrega uma lágrima. Muito menos saberia eu quão salgadas são as memórias daquele tempo.

O que agora importa é o cheiro dosadamente adocicado do futuro, do improvável. As conjecturas açucaradas do que há de vir.

A cereja do topo nunca me fez arriscar uma mordiscada no presente. Sempre achei aquela fruta vermelha e gorducha muito traiçoeira e falsa, que só queria me fazer cair de boca num presente que não passava de glacê muito doce por cima de um bolinho murcho e velho.

Se eu sempre estive equivocada em querer trocar o presente das minhas mãos pelas possibilidades mil de um futuro incerto, eu não sei. Mas para mim essa troca se chama esperança – e ela é muito mais saborosa que qualquer outra coisa.

Mesmo que eu tiver que engolir um pouco de fel neste meio tempo em que eu espero o futuro, nunca achei vantajoso me iludir com o doce extremo do presente. Certo é que o futuro nunca chega quando não toleramos o presente.

Quando só esperamos, o presente é sempre presente, e o futuro nunca chega. O passado só aumenta e nossas esperanças parecem mais um fardo difícil de carregar.

Por mais prosaica que eu esteja sendo, me contento em esperar. Não é possível que o futuro seja ainda mais sem gosto que meu presente, meu passado...

Drêycka

quarta-feira, 9 de junho de 2010

>> alforria compulsória


"Como posso agora te culpar?
Fui eu quem quis te encontrar
Me joguei no escuro sem pensar
Errei, deixei-me levar"
LADO ERRADO - Victor e Léo
Talvez ele tenha subestimado meus sentimentos, mesmo... Mas é provável que eu tinha passado da conta com minhas projeções. Não que as tais declarações dele mudaram completamente o rumo da minha vida. Tanto que eu já sei viver sem ele faz tempo, e já tinha percebido e me conformado com essa minha alforria compulsória. Não que eu esteja me queixando de mais uma vez escutar as estupidez dele, não que eu tenha me magoado com tudo o que ele disse. Talvez simplesmente, meus tempos de masoquismo estejam contados. Quem sabe meu coração anestesiado esteja começando a dar sinais de dor depois de todo o espancamento que levou nesses anos. Ou apenas eu esteja fazendo tempestade em copo d’água por uma pessoa que nunca mereceu nem um vintém. Ou eu esteja colhendo as conseqüências de ter dado de bandeja o meu coração para alguém, tão inconsequentemente, tão despretensiosamente, tão irresponsavelmente... E após tantas canções melancólicas, textos esdrúxulos e conversas vazias, eu me encontre perdida sem saber que rumo seguir, agora que eu não tenho mais a sombra dele para me esconder. Só me resta me irritar profundamente por estar escrevendo a enésima lástima sobre este ser desprezível. A vida às vezes parece ter um humor sádico ácido para comigo.


Aldrêycka Albuquerque

sábado, 5 de junho de 2010

Isto precisa morrer!




Elephant - Damien Rice

This has got to die
Isto precisa morrer

This has got to stop
Isto precisa parar

This has got to lie down
Isto tem que cair

Someone else on top
Outra pessoa no topo

You can keep me pinned
Você pode me manter preso

It's easier to tease
É mais fácil de sacanear

But you can't paint an elephant
Mas você não consegue desenhar um elefante

Quite as good as she
Tão bem quanto ela

And she may cry like a baby
E ela pode chorar como um bebê

And she may drive me Crazy
E ela pode me deixar louco

'Cause I am lately lonely
Pois eu estou sozinho ultimamente

So why d'you have to lie?
Então por que você tinha que mentir?

I take it I'm your crutch
Aproveito que eu sou sua muleta

The pillow in your pillow case
O travesseiro na sua fronha

It's easier to touch
É mais fácil de tocar

And when you think you've sinned
E quando você pensa que pecou

Do you fall upon your knees?
Você cai de joelhos?

And do you sit within your picture?
E você senta junto do seu retrato?

Do you still forget the breeze?
Você ainda se esquece da brisa?

And she may rise, if I sing you down
E ela pode crescer se eu te cantar

And she may wisely cling to the ground
E ela pode sabiamente se agarrar ao chão

Cause I'm lately horny
Pois ultimamente eu ando excitado

So why would she take me horny?
Então porque ela me aceitaria excitado?

What's the point of this song? Or even singing?
Qual o propósito dessa canção? Ou mesmo de cantá-la?

You've already gone, why am I clinging?
Você já foi, porque eu estou me agarrando?

Well I could throw it out, and I could live without
Bem, eu poderia jogar isso fora, e eu poderia viver sem

And I could do it all for you
E eu poderia fazer isso tudo por você

I could be strong
Eu poderia ser forte

Tell me if you want me to lie
Me diga se você quer que eu minta

'Cause this has got to die
Por que isso precisa morrer

This has got to stop
Isto precisa parar

This has got to lie down, down
Isso precisa cair

With someone else on top
Com outro alguém no topo

You can both keep me pinned
Vocês podem me manter preso

'Cause it's easier to tease
Pois é mais fácil sacanear

But you can't make me happy
Mas você pode não me fazer feliz

Quite as good as me
Tão bem quanto eu

Well you know that's a lie
Bem, você sabe que isso é uma mentira

 

Mas isto vai morrer!
Have to die!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Na vida real é bem diferente...


Final da sexta temporada de House. Admito que chorei. Só quem conhece a vida amorosa de House sabe o quanto é uma baita redenção ele enfim ficar com Cuddy. Olhem o diálogo! 


HOUSE: Provavelmente você acabou de voltar de um casamento rápido em Las Vegas, ou você já está grávida!

CUDDY: Eu terminei com ele!

(...)

HOUSE: O que?

CUDDY: Eu estou presa, House! Fico querendo ir adiante, querendo seguir em frente, e não consigo! Digo: uma casa nova, um noivo, e só consigo pensar em você! Só preciso saber se nós podemos dar certo.

(...)

HOUSE: Você acha que eu posso mudar?

CUDDY: Eu não sei.

HOUSE: Porque eu sou a pessoa mais ferrada do mundo.

CUDDY: Eu sei. (...) Eu te amo. (...) Queria não amar. Mas não posso evitar.



Mas na vida real é bem diferente! House continuaria ferrado e Cuddy casaria com Lucas e eles teriam doze filhos! 
Mas como tudo é belo nos enlatados americanos...