domingo, 24 de outubro de 2010

:: só vinte dias ::



Ninguém sabe de onde vem, mas todos sabem para onde vai: lugar nunhum. Dói saber que meu antídoto é na verdade meu maior veneno - a sensação de elixir que ele proporciona ao meu corpo, é igual ao veneno de escorpião correndo de corrente sanguínea a baixo. Ele é tóxico, mas meu corpo pede. E se eu tivesse um desejo pra fazer, pediria apenas mais 20 dias junto  a ele. "Nós dois sozinhos num lugar deserto. / Meu corpo junto ao seu por mais um pouquinho." - como diria a música do Arnaldo Antunes. Só vinte dias rindo juntos, jogando conversa fora. Falando asneiras, falando de amores, de desejos... Ficar até as dez da manhã na cama, roçando pé-com-pé e conversando sobre as frivolidades do mundo. Ficar enrolada num lençol por horas a fio, enquanto discutimos sobre a relatividade das coisas. Passear na praia de tardezinha, esperando pra ver o espetáculo do astro rei ao ir embora. Passar noites em claro no corpo a corpo que tanto gostamos. Ter "papos cabeça" nus, esparramados na cama. Rir das nossas piadas, que só nós entendemos. Fazer apostas bobas só pelo prazer de perdê-las e ter que ceder aos desejos escusos e úmidos um do outro. É, de fato vinte dias destes com ele pra mim estava mais do que suficiente. Vinte dias ou minha vida de volta.

Um comentário:

Accácia disse...

Por que todos sempre temos algo sememlhante dentro de nós?
20 dias...o problema seria qd eles terminassem e quisessemos mais 20 dias e assim sucessivamente..
Beijo!