É triste você saber que não passa de um saco de merda aos pés de um muro de concreto frio. E por mais que você se esforce para ser boa o suficiente, para o muro você nunca deixará de estar ali embaixo – aos pés dele, e para o mundo você sempre será e federá a merda. Então você precisa tomar coragem e tacar o saco de merda no ventilador e fazer o muro também feder junto com você. Pois foi ele que te pôs ali, foi ele que te subjugou, te seduziu até aquela vala, e te transformou nesta bosta que hoje você é para ele. Então tome seu direito de odiá-lo, tome coragem para afetá-lo, seja enfim mulher para atingi-lo. Deixe de guardar mágoas e ponha tudo pra fora. Com um murro, ou uma cuspida na cara dura deste muro que te olha de cima. Por mais alto e intransponível que ele seja, atravesse-o. Abra um buraco. Arrebente tudo à marreta. Mas supere. Supere a soberba, o ego e a maldade deste muro que te fez ficar na sarjeta; nas margens e na periferia da atenção dele. Abaixo de qualquer possibilidade de ser alguém; ou de simplesmente ser você. Supere e seja alguém melhor.
Aldrêycka Albuquerque
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