sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Quando eu te vejo sinto medo de mim...




Provavelmente a melhor música da Banda Brava.
Banda linda e fofa que só lançou 1 disco e não mais existe. :(


Aprendi Sozinha - Banda Brava

Quando eu te vejo sinto medo de mim,
Você é tão perfeito, e eu tenho mania de ser problemática.

E quando a gente dorme, eu fico te olhando,
Você parece um anjo! 
Eu tenho medo!
Eu sinto medo de me ver!
Ah, o meu medo de viver...
Porquê será que eu sou assim?

E quando você diz que tem inveja do meu jeito,

Ai, eu quase me aceito.
Mas eu sei que você diz só pra me ver feliz...
Não faça assim!
Enquanto eu não acreditar em mim, eu não vou ouvir.
E esse é o meu pior defeito!!

Eu sinto medo de me ver.
Ai, o meu medo de viver!
É o meu medo de não ser o que você adora quando eu sou.

E quando eu te vi, eu fui me procurar.
Mas eu estou em mim, só consegui me machucar.
Será que vou fugir?
Ou vou me entregar?
Será que você me prendeu?
Ou me ensinou a voar?

E quando eu te vejo sinto medo de mim,
Você é tão perfeito, e eu tenho mania de ser problemática!


*


Minha cara essa música...

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O medo de sabotar a própria felicidade


"O que se passou então, nesse coração obscuro e selvagem? Muitas vezes me interroguei a respeito e só descobri quando já era tarde demais. Remorsos ignorados? Inexplicáveis saudades? Medo de que em breve se devanecesse entre suas mãos essa felicidade que ele tanto acalentara? Ou a terrível tentação de arruinar irremediavelmente e o quanto antes, a maravilha que por fim ele conquistara?" 
O Bosque das Ilusões Perdidas, Alain-Fournier.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Bosque das Ilusões Perdidas



"Mas um homem que um dia entrou no paraíso como poderá depois se acostumar com a vida de todo o mundo? Aquilo que faz a felicidade dos outros me parece ridículo e sem valor. E quando, sinceramente e deliberadamente, um dia eu decidi fazer como os outros, nesse dia me enchi de remorsos que vão durar uma vida inteira." 

Palavras do Grande Meaulnes, em O Bosque das Ilusões Perdidas (Alain-Fournier - França, 1914)

sábado, 8 de setembro de 2012

Sobre Austen e o casamento no período regencial.




O Casamento, by Austen


MANSFIELD PARK [Cap. 5]: "Creio que assim sempre será de se considerar que, de todas as transações, o casamento é a única onde as pessoas esperam muito das outras e não são honestas consigo mesmas."

MANSFIELD PARK [Cap. 36]: "Pobre Janet, tristemente enganada, mas não houve nada impróprio de sua parte. Não mergulhou nessa união sem ter feito alguma consideração e não houve falta de previsão. Ela levou três dias para considerar a proposta de casamento. Durante esses três dias, pediu conselhos a todos com que tivesse contato e de quem valesse a pena ouvir a opinião. (...) Parece que nada pode assegurar a felicidade do casamento."

ORGULHO E PRECONCEITO [Cap. 6]: "A felicidade no casamento é uma questão de pura sorte. Se os modos de ser de um e de outro, forem bem conhecidos com antecedência, ou até se forem muito semelhantes, isso pouco importa para a felicidade do casamento. As diferenças vão se acentuando com o tempo até se tornarem insuportáveis; então é melhor conhecer o mínimo possível dos defeitos da pessoa com que teremos de passar a vida."

RAZÃO E SENSIBILIDADE [Cap. 37]: "Afinal, Marianne, por mais fascinante que seja a idéia de um único e constante amor e apesar de tudo o que se possa dizer sobre a felicidade de alguém depender completamente de uma pessoa determinada, as coisas não devem ser assim, nem é adequado ou possível que o sejam."

EMMA [Cap. 7]: "Sempre tomei como regra geral, Harriet, que se uma mulher tem dúvidas se aceita ou não um homem, é que deve certamente recusá-lo. Se hesitou em dizer 'sim', então deve dizer francamente 'não'. O casamento é um estado civil em que se possa entrar com segurança através de sentimentos dúbios, com meio coração apenas."




Unconquerable Passions, by Austen



"Abstenho-me propositalmente de citar as datas nessa ocasião, desejando que cada um tenha a liberdade de fixá-la, mas devem estar atentos que a cura de paixões irremediáveis deve variar muito de pessoa para pessoa. Apenas peço que todos acreditem que foi exatamente no momento propício e natural que eles pensassem assim, e nem uma semana antes." Mansfield Park, Jane Austen

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

I'm a writer.



"Queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa que eu escrevi..." Caio Fernando Abreu

"I'm a writer and she's the muse" Sara Bareilles

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Sobre a vida que deixei lá no meu quarto



E se eu não tenho que me levantar assim tão cedo, e deixá-lo esparramado na cama que até parece dele? Por vezes com o braço pra fora dela, enquanto o meu cachorro (que pensa que é dele) funga na sua mão pendurada. Ah, se eu não tenho que acordar cedo e ver tal cena.

Se eu não precisasse sair da cama quente, agora ainda mais quente depois que apareceu essa costela pra eu chamar de minha. Quando foi mesmo que ele apareceu como se nada quisesse, e tomou pra si minha casa, meu cachorro e meu coração? Qual foi o momento exato que bater de levinho na porta da frente passou a dispensar licenças e embaraços? Quando precisamente foi que ele passou de visita para necessidade diária, assim como cafeína pra mim?

Mas ah, como é difícil levantar assim cedinho. Fico na beira da cama assim, anestesiada, por tanta doçura ali respirada. Nenhuma câmera conseguiria fotografar o momento, o exato momento que a nuvem sai desenfreada da frente do Sol, passa façeira pela fresta da janela e toca o ombro e as costas dele, como quem beija assim afoita. Então me lembro na hora daquele poema que diz assim "ah, que ciúmes tenho do vento, do Sol... que pode te visitar e te tocar quando bem entende". E foi com esse misto de satisfação, melancolia, extrema felicidade e um tico de ciúmes, que eu me levantei. Saí da cama pé-ante-pé para não acordar nem ele nem meu cachorro, que agora já tinha pulado na cama e se enfiado pelas cobertas.

Depois do café tomado, ainda assistindo pelo espelho, o quarto através da porta entre aberta, fui andando até a janela. Não ousaria acordá-lo num dia tão lindo se não fosse para passá-lo ao meu lado. Ainda com esse pensamento egoísta nas pontas dos dedos, desci as escadas satisfeita. Sabia bem o que diziam os sábios, deve-se rapidamente perdoar o egoísta, uma vez que para este defeito não se tem cura. Não tinha mesmo. Nem cura pro egoísmo nem pra toda vida que eu acabara de deixar lá no meu quarto.


Aldrêycka Albuquerque