quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

História sem nome (P2)


Esta é a segunda parte da "História Sem Nome", de minha autoria. Leia e dê uma sugestão de um nome para a coitada da história. Ela merece!

Drêycka

História Sem Nome
Parte 2


A garota é comum, igual a qualquer outra na multidão. Olhos expressivos e nas mãos a esperança de um futuro melhor. Ela sempre vivia no futuro, esperando, torcendo e planejando. Cachos nos cabelos e corpo esguio. Definitivamente ela era comum. Como eu já ouvi falar, ela era marrom: tem coisa mais normal que o marrom? Olhos marrons, cabelos marrons... Nada de loirices nem azul cor de anil. Ela era bem comum mesmo. Perfeita pra ser paisagem.

Ele era alvo, cabelos negros até os ombros. Sansão era o tipo de rapaz que poderia se destacar numa multidão por sua esquisita barba tipo “los hermanos”, seus cabelos longos e sua bela altura. Chamavam ele de Jesus, mas preferi chama-lo de Sansão - achei mais a cara dele. Ele se destacava mais por aquele conjunto barba-cabelo-bigode do que propriamente por sua beleza. Na realidade, desde o primeiro dia de aula todo mundo percebeu um Jesus na sala enquanto ela percebeu um ser lindo e inteligente de barba e cabelos compridos. Começa aí o platonismo da pobre garota.

Como eu dizia, eles se conheceram na faculdade. Mesmo curso, anos de diferença. Por ironia do destino ou puro acaso eles foram jogados numa mesma disciplina naquele semestre. Ela poderia jurar que ele era o barbudo mais lindo da face da terra. Já ele? Ele não deve ter visto ela naquele dia. Talvez na semana seguinte. Pois eram duas vezes na semana, durante seis meses - foi o tempo que ele levou para se tornar um platonismo tão sólido na vida dela que até os dias de hoje, cerca de dois anos depois, volta a aterrorizá-la de vez em quando.

A garota não sabe mais deixar de pensar no Sansão. Previsível, pode-se achar. Quando se tem uma paixão, todo mundo passa por isso... Mas com ela era diferente, ela se martiriza e eterniza cada fração de segundo quando está com ele. Isso talvez não seja platonismo, talvez não seja uma doença, mas é no mínimo doentio e estranho. Ele provavelmente não tem muita culpa por toda essa projeção insana que ela construiu, mas teve lá suas parcelas de contribuição. Se ele não tivesse um sorriso tão iluminado ou uma gargalhada tão sonora, talvez ela não tivesse escolhido ele. Mas ele era tudo isso. Sansão era tudo e mais um pouquinho.


Aldrêycka Albuquerque

Continua...


Leia a parte 1. Clique AQUI.

Um comentário:

Iêda disse...

Acho que já ouvi alguma historia parecida...kkk
Beijo Dreycka, tô louca pra saber o desenrolar... ou eu já sei????
rsrsrsrs