sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

História sem nome (P4)


História Sem Nome
Parte 04

Se você ainda acha que essa necessidade extrema que a garota tinha de querer guardar cada milésimo de segundo que passava com o Sansão é algo normal e até sadio, o que você acha dela ter decorado o que foi que ele pediu para comer no restaurante onde eles se reuniam com os amigos? Ou a cor de todas as blusas que ele ia para a faculdade? Ou pior, o tom da gargalhada dele no meio de um burburinho só? Pois é, definitivamente ela tinha problemas.

Outro dia desses eles se encontraram pela internet. Nos trinta minutos seguintes eles mostravam um ao outro pela webcam os livros que tinham na estante. Dan Brown, Fernando Sabino... “Como nós temos os gostos parecidos!” pensava ela. Mas ele sempre tinha mais livros e sempre achava o gosto literário dela frívolo. Vai entender. Era Sansão de um lado rindo por ela ter poucos livros, e do outro lado ela só escutava:

“Mas vai ser impossível não lembrar
Vou estar em tudo em que você vê:
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar”
Capital Inicial

Tudo não passava de brincadeira e obsessão musical. E assim eram as conversas pela internet. Horas e mais horas falando dos mais variados assuntos das mais variadas formas. No final ela sempre ia dormir irritada e ele sempre sorrindo. Sansão falava, ela escutava, traduzia em música e eternizava. Era ridículo, mas era verdade.

Mas o que ela mais gostava era a presença. Principalmente os inúmeros passeios curtos de carro. Do trabalho dela para a faculdade, da faculdade ao ponto de ônibus. Ele sempre muito gentil concedia as caronas e eles iam todo o caminho falando de frivolidades. Um dia quando estavam conversando, tocou uma música no carro:

“Darling you got to let me know
Should I stay or should I go?
If you say that you are mine
I’ll be here ’til the end of time
So you got to let me know
Should I stay or should I go?”
The Clash


Ele começou a cantarolar o refrão e ela o acompanhou. De um lado ele torcendo pra poder “ir embora” e do outro ela pedindo a Deus pra ele ficar. E assim eram os dois na maioria das vezes. Dicotômicos e inflamáveis. Sabe Deus o motivo, mas ainda assim eles se gostavam. E isso poderia ser visto com o brilho no olhar dos dois ao conversarem. Mesmo se fosse mais uma das suas briguinhas idiotas ou apenas filosofando sobre a vida. Os olhos dos dois tinham sincronia e um brilho único. Impossível não ver o quanto eram especiais juntos. Impossível perceber o quanto o conjunto era tão melhor que o individual.

Aldrêycka Albuquerque

Contiua...
Leia o começo desta história:

Um comentário:

Lucio Gury disse...

sab.. eu to gostando, até no ficando zarolho de ler tão perto do pc.. pq fui me inclinando, inclinando q percebi agora no momento em que escrevo o coment q eu tive q me reencostar no banco: ou seja, tava boa a historia!!
mas nem tudo são flores, e o que eu achei meio estranho, foi o salto da narrativa da parte 2 pra 3 e então para a 4. A narrativa vai pulada, embora seguindo a mesma história. Achei que, tipo, para posts (numa leitura aos poucos) vale! mas se juntar isso tudo num documento do word pra ler td de uma vez ficaria meio que estranho. =S
bom.. mas a historia em si, parece até o meu amor platonico, claro que sem os probrema da guria de decorar cores e decorar perfumees.. enfim... mas tá muitíssimo legal!!!.. Continua!!!
Bjos