quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Caso - Parte 1




Ai de mim que sou Romântica...



Ela prepara a mesa, planejou cada detalhe do jantar.

Escolheu a dedo até o aroma das velas que dispôs pela casa.

Combinou a cor das pétalas da rosa com o tom dos olhos dele no escuro.

Não entendia de vinho, mas depois de horas na internet então se decidiu por um italiano doce, seco, caro...

Cada detalhe tinha uma razão para estar ali.

Cada milímetro foi apaixonadamente pensado.

Às cinco da tarde ela foi tomar um longo banho, o banho.

Cada óleo, cada hidratante, creme e emulsão perfumada, todas escolhidas detalhadamente. Sem chocar seus perfumes, um complementando o outro.

Vestiu o vestido que escolhera uma semana antes. A cor, o decote, até o tecido tinha um sentido.

O vestido vermelho escuro se camuflava com seus belos cabelos castanhos.

Cabelos delicadamente cacheados, ela não se separava de seus cachos por nada no mundo. Hoje seus cabelos estavam diferentes, depois de horas no salão no dia anterior, não poderiam estar mais belos.

Maquiagem delicada que aprendeu três dias antes numa revista. Do pó ao rímel, tudo combinava.

Olho no relógio, vinte para as sete, o tempo voou.

Ela se olha pela última vez no espelho, parecia uma sinfonia. Instrumentos tocando uma única valsa. Ela era o maestro. Ela sorri.

As sete em ponto a campainha toca. Era ele.

Com o cabelo pingando do banho rápido de cinco minutos trás, ele vestia uma camisa dos Ramones, bermuda, sandália de dedo inseparável. Na mão uma caixa de bombom, como sempre. Ele levou um susto com todo aquele aparato, mas não questionou nada.

Ela, como quem fosse míope, sorri como uma garotinha de cinco anos ao ver seu paquera. Pede pra ele entrar. Ela não vê defeitos naquela noite, foi tudo perfeito.


Na manhã seguinte ele acorda ao lado dela, sorri. Vai ao banheiro e no caminho olha na mesinha um calendário. No dia anterior marcado com um coração desenhado de caneta vermelha: aniversário de namoro, dois anos. Ele gela, como poderia ter esquecido?! Por isso toda aquela “frescura” na noite anterior... Agora ele entendeu.


- “Vou ali embaixo comprar umas flores, talvez ela nem tenha percebido que eu esqueci. Aproveito pra comprar umas cervejas, tô seco!” Diz ele.


Bate a porta e volta às 12:00h bêbado, com flores brancas murchas enroladas num jornal. Ela com lágrimas nos olhos o põe para dormir. Separa uma aspirina e prepara um banho quente para mais tarde. Ela suspira, não sabe como o ama tanto.


4 comentários:

Rafael Abreu disse...

TBm perdi parte da audição q do meu mp3 player.... fikei sabendo no meu exame demissional de audiometria... nunca mais ouvi mp3... acho q recuperarei!

Anônimo disse...

nossa..nina que lindo..belas palavras..e muito bom ver textos com essa mistura de sentimentos e realidades assim tão simples e tão completo...
palavras que se sintonizam a felicidade que se traduzem no amor...seu blog sempre muito bom...
e que amor heim garotinha...srs!
xero fofix!

Anônimo disse...

História completamente linda, adorei... muito bem escrita também.
E são esses tipos de coisas que me fazem parar pra pensar de como nós mulheres somos de nos deter tanto a deixar o clima perfeito, de nos apegar a datas e tudo mais... e eles muitas vezes nem se dão conta, não por maldade, mas porque eles não pensam como a gente né??

Beijosss

Nathália E. disse...

Amor é uma coisa tão complicada. Mas vale a pena. Rs.

Beijo!